quinta-feira, 17 de março de 2011

Saudades de Lisboa à partida

Chego aqui ao final do dia - exausto, mas realizado. Um dia em busca de mundos. E, pela primeira vez em meses, também de mundos exteriores. Despedi-me de mim próprio em Lisboa, com a promessa de me reinventar. Parti, sem virar costas, dessa minha cidade que, de vivida, confundo com meu Ser.

Aceno ao meu irmão, como quem parte por cinco minutos, mas sentindo-o bem no peito, como quem dá mais um doloroso passo na distância dessa prometida união umbilical. E, pegando nas malas de viagem, saio com minha amada alma, a qual o meu ser quer nutrir mas que, desarmada em incompreensões ancestrais, se aninha na paz de um Amor em potência.

Atravesso a porta de embarque, em direcção a um presente. Faço um último contacto aos meus quirónicos amigos de percurso que zelam sempre por mim. Aos meus pais, quero, mas não consigo, corresponder tamanho amor.

Voo sobre uma Lisboa iluminada de encanto, procuro os sitíos que já tatuaram a minha alma. Deixo Lisboa à procura de raízes perdidas nos tempos, de uma via de paz que convosco quero partilhar.